16/06/2011

Aquela mulher – Lucinda Prado


Quem será aquela mulher
Tão misteriosa...
Escondida por trás de tantos panos?
Seu rosto não se vê,
Apenas um fantoche ambulante

Vive sozinha, isolada do mundo,
Numa triste espera de morte - talvez!
Saberia a razão de tal desventura?
Ou apenas se revolta
Sem saber por que tamanho infortúnio.

Ouvimos apenas sua voz, ainda, doce.
A ditar as regras de nossa rara presença
Sua vergonha a faz voltar para seu mundo de solidão.
Por detrás de sua mascara, se protege.
Cuidados, embaraços... Medos.

A rapidez dos acontecimentos
Nos tira o entendimento preciso
Mil perguntas sem respostas
Dúvidas cruéis...
Ir... Voltar.

Minhas angustias se misturam as suas
Posso até ouvi-la orando
Sentir suas amarguras
Perceber o que te acalenta nas insônias...
São suas orações, fé inabalável
O mal de Lázaro não a afastou de Deus
Apenas mutilou seu corpo.

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Foto: Lucinda Prado – Casa onde encontramos esta mulher.
Ela vive em um lugar no Vale do Jequitinhonha/MG