Ora fadas, ora anjos
Ruflando asas multicores
Nas copas de arvoredos,
Hálitos leves e acordes
De ondas musicais,
Sonorizam em viravoltas
De violas afinadas,
Ora suaves, ora intensas.
Quase choro, quando ouço
Tão ternas harmonias
Pois nem sei se ela existe
Ou seria apenas o reflexo
Do entardecer do dia!
Aos poucos distancia
Cala as notas por inteiro
E das brumas de açucenas
Vem surgindo faceiro
O mais belo seresteiro.
Cabelos que o vento deu um sopro
Viola dependurada ao léu
Será uma terna miragem
Saída dos jardins de Monet?
***
(ilustrando - A primavera, Monet, 1886)
Para o grande violonista Romano Nunes