Espaço dos amigos
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11/06/2014
04/06/2014
Pelos Grandes Sertões das Gerais – Lucinda Prado
Não era novo nem velho, nem bonito nem feio
Só sei que apareceu numa curva da estrada...
Veio vindo com sua montaria garbosa, altaneira.
A estrada? Essa que era feia, riscada de xadrez
de chuva derramada aos potes.
Cavaleiro e cavalo, em completa harmonia.
O de cima, de vestimenta, um capote e uma capa
Que se espalhava rodadamente sobre o dorso do debaixo
Que vinha no tropeço da estrada de terra sovada
Trazendo na retaguarda um cachorro julim.
O que vinha em cima da montaria cabalina
espalhava nos lábios um sorriso de ouro
Levantou a mão a nos saudar ...
Dedos de cigarro, unhas de terra escavada
Assim como o vento, passou retinindo esporas
Retinindo esporar evaporou no vento
Zé Bebelo?Riobaldo?Ou seria Zeca Ramiro?
Voltando dos grandes sertões das gerais.
Ai meu compadre Quelemém!
me explica lá este acontecimento,
Será que foi o Medo que agarra a gente pelo enraizado
Ou foi porque o mundo esta todo desarrumado?
***
Zé Bebelo, Riobaldo, Zeca Ramiro Compadre Quelemém -
Personagens de Guimarães Rosa
Eretismo – Lucinda Prado
A alma se fez candente
Em inquietações
desconcertantes
Impelindo pensamentos
devassos
Contra um corpo
arquejante!
Rapidamente no cérebro
estanca
No afã de ideias insanas
Um feixe de luz alavanca
Loucos instintos,
chispantes!
Corpo e alma na forja
ardente
Rija a boca... Contorce o
dorso
Na suprema convulsão
delirante
Esmaga a pele, range os
dentes!
Do corpo emanam faíscas
instigantes
Encontram raios, espasmos,
gritos
Rotação lenta entre corpo
e alma
Corpo e alma lentamente
descansam!
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