20/05/2011

Pelos Grandes Sertões das Gerais – Lucinda Prado

Não era novo nem velho, nem bonito nem feio
Só sei que apareceu numa curva da estrada...
Veio vindo com sua montaria garbosa, altaneira.
A estrada? Essa que era feia, riscada de xadrez
de chuva derramada aos potes.

Cavaleiro e cavalo, em completa harmonia.
O de cima, de vestimenta, um capote e uma capa
Que se espalhava rodadamente sobre o dorso do debaixo
Que vinha no tropeço da estrada de terra sovada
Trazendo na retaguarda um cachorro julim.

O que vinha em cima da montaria cabalina
espalhava nos lábios um sorriso de ouro
Levantou a mão a nos saudar
dedos de cigarro, unhas de terra escavada

Assim como o vento, passou retinindo esporas
Retinindo esporar evaporou no vento
Zé Bebelo?Riobaldo?Ou seria Zeca Ramiro?
Voltando dos grandes sertões das gerais.


Ai meu compadre Quelemém!
me explica lá este acontecimento,
Será que foi o Medo que agarra a gente pelo enraizado
Ou foi porque o mundo esta todo desarrumado?

***

Zé Bebelo, Riobaldo, Zeca Ramiro Compadre Quelemém - Personagens de Guimarães Rosa