06/04/2011

Porta-retratos – Lucinda Prado


Amaria teus abraços
No lugar do porta-retratos
Que nunca tem teu perfume.
Passeiam em mim teus toques
Das manhãs que passeávamos de mãos dadas
Ressoa em mim, suas rimas bem feitas
Roça em mim, teu corpo quente
Teu cantar sem jeito
Seus versos espremidos
Em meu ouvido
Comprimidos...
Meu gemido sem dor
Aprontando um verso de nós dois
No convexo de corpos
Num abraço noturno
De um misturar de sonhos
Dos corpos colados
Suados...
No beijo selado
Do porta-retratos.
(Da série divagando)