18/03/2012

Insight poético – Lucinda Prado













Tu és como o vento
Que me chama lá fora,
Vez ou outra...
Adentra minha casa.

Nas minhas noites vazias
Procuro-te lá fora,
Na escuridão da noite
Ouço tua voz a cantar.

São baladas sonoras
De um coração a me chamar:
Venha para a noite,
Pois quero te embalar.

E melhor que venhas hoje,
Sabes que minhas noites são de poesias,
 E minha vida encantada
Nas rimas dos versos,
Se me escutas, sabes que tua alma
Vive em meus poemas
Mas em cada amanhecer
Despede-se num adeus.

Sua casa é meu corpo,
Minha boca sua morada,
Venha sorver a água da vida
E transmutar seus desejos,
Enche-me com seus fluidos
De odores adocicados,
Já não sei se vives em mim
Ou se vivo por você,
Meu doce companheiro
De noites mal dormidas

Se me faltas, sou vela perdida.
Se me atropelas a alma
De versos e prosas,
Me domas como meu dono.
Nas rimas puras de meus versos
Imprimo suas palavras
Sopradas ao relento,
São minhas líricas secretas
De seus cantos cedidos.

Tu és como o vento
Que me chama lá fora.

(Na foto : Lucinda Prado)